Yakuza 4



Nome: Yakuza 4
Plataforma: Playstation 3
Gênero: Beat 'em Up, Sandbox
Desenvolvedora: Sega

Uma misteriosa mulher bate na porta de Akiyama, um agiota da Sky Finance, pedindo um empréstimo de 100 milhões de yenes, sem poder dar garantia nenhuma de que vai pagar. Enquanto isso, Saejima, condenado à pena de morte, foge de uma ilha-prisão e vai parar na porta do orfanato de Kazuma Kiryu, o lendário herói dos Yakuza anteriores, e o detetive Tanimura descobre pistas de corrupção na polícia. Seriam esses casos interligados?



Shun Akiyama é um dos melhores personagens originais da atualidade.

Me desculpem pela introdução meio caótica, mas a história do jogo é complexa demais pra ser resumida em apenas um bloco de texto. Yakuza 4 é mais uma continuação cronológica na saga Yakuza (Ryu Ga Gotoku), mas com uma diferença: além de Kazuma Kiryu, você ainda controla outros três personagens, Shun Akiyama, Taiga Saejima e Masayoshi Tanimura, cada um com estilos próprios de combate. Gostaria de dizer que é um jogo totalmente novo, mas infelizmente, não é.

O jogo inteiro se passa em Kamurocho, o distrito de Tokyo onde os outros jogos se passavam. Yakuza é um jogo estilo beat 'em up, onde qualquer conflito é resolvido na base de lutas extremamente brutais e satisfatórias contra uma variedade de yakuza, bandidos e gangsters de rua. Você vaga pelo distrito de Kamurocho, podendo ir direto para o próximo objetivo ou fazer uma parada para aproveitar os prazeres de Tokyo: cantar em um karaokê, jogar dardos, sinuca, poker, visitar clubes de strip-tease (mas sem nudez) ou simplesmente ir comer um ramen na lojinha da esquina.

"Prazer, minha botina de couro de cobra 44 quer te conhecer."

Kamurocho realmente parece ser um lugar vivo, e é uma réplica fiel de uma cidade populosa japonesa. Pessoas andam pelas ruas carregando compras, falam ao celular e comentam sobre o tempo; lojas de conveniência tocam músicas tipicamente japonesas, e pequenas situações dão um ar de realidade aos cenários. Infelizmente, ainda é a mesma Kamurocho desde o Yakuza 1, e é possível reconhecer lugares-chave do primeiro Yakuza que não tem mais importância na história. Alguns podem ver isso como realismo e atenção aos detalhes, mas parece mais preguiça de fazer coisas novas, e a sensação de deja vu não é exatamente boa.

Os personagens novos são todos realmente interessantes. Temos:

  • Shun Akiyama, o agiota dono da empresa Sky Finance, que empresta dinheiro a pessoas necessitadas sem juros nem necessidade de credor, mas que em troca pede que elas completem testes de caráter, como trabalhar em um asilo; Akiyama é um mestre dos chutes, e todos os seus combos envolvem sequências rápidas e esmagadoras de chutes. 
  • Taiga Saejima, condenado à pena de morte por matar 18 yakuza rivais em um ramen shop para salvar a honra de seu mentor, foge da cadeia e sai à procura de seu antigo mentor e de sua irmã; Saejima é extremamente brutal e seus combos, apesar de curtos, podem ser carregados para demolir os inimigos, além de ter golpes de luta livre. 
  • Masayoshi Tanimura é um detetive de rua de Kamurocho, que cobra propina de estabelecimentos ilegais (mas com bons motivos), e procura vingar a morte de seu pai, outro detetive, 25 anos atrás (após os eventos que levaram Saejima à cadeia). Tanimura é extremamente frágil e rápido, e seu combate envolve múltiplos ataques rápidos, agarrões de submissão (como chaves de braço) e parries.
  • E, é claro, temos Kazuma Kiryu, que é mais ou menos uma fusão dos outros estilos de luta. Ele se vê arrastado pra dentro da história quando descobre que o caso do Saejima, que vai parar na porta do seu orfanato, é ligado ao roubo de 10 bilhões de yenes do primeiro jogo.
Dos personagens novos, o único que não me chamou muito a atenção foi Tanimura, cujo estilo de luta é meio técnico demais, além de ser muito pouco carismático. Cada personagem tem sua história separada, mas que vão se interligando até que os quatro homens se juntam para combater um mal maior no final.

Kamurocho é um lugar sinceramente lindo, ainda mais à noite.

As batalhas são ridículas, num bom sentido. Apesar do semi-realismo do resto do jogo, as batalhas são brutalmente exageradas, com golpes luminosos, personagens com auras, e muita selvageria. Até o final do jogo, quebrar o nariz de um inimigo caído com uma bela botinada na fuça nunca perdeu a graça. Seu personagem acumula uma barra de Heat à medida que ataca e defende, e com a barra cheia você pode soltar especiais devastadores com o cenário ou com objetos recolhidos da rua; divirta-se quebrando uma bicicleta na cabeça de alguém ou dando uma chave de braço voadora tão violenta que você ouve o barulho de ossos rompendo.

A história é muito interessante, grandiosa e muito bem escrita, mas dá um certo deja vu em alguns lugares. É muito interessante ver os caminhos dos personagens e suas relações com Kamurocho, e os personagens são  "gostáveis", e tem personalidades interessantes. As reviravoltas na história também são legais e um pouco chocantes, mas se você jogou algum Yakuza anterior, dá pra ver que são meio previsíveis. Destaques vão para as lutas finais do jogo, e para a inesquecível cena do Ramen Shop.

Akiyama e seus chutes ferozes.

Os gráficos não decepcionam. Não são os melhores do sistema, mas fazem um bom trabalho. Kamurocho é um lugar lindo e bem iluminado, com milhares de placas, anúncios e prédios minuciosamente detalhados. Os modelos dos personagens são lindões (com destaque para o rosto do Tanimura, realista pra carvalho), mas as animações são meio quadradas, principalmente as de personagens pouco importantes. Os efeitos de luz e sombra são impressionantes, mas não chamam muito a atenção. Sobre a trilha sonora, serei honesto: prestando atenção, é bem boa e envolvente, o voice acting original em japonês dá um toque esplêndido e os efeitos sonoros das batalhas são emocionantes e acentuam a brutalidade das lutas, mas a única música que realmente me chamou a atenção foi "For Faith" (link oficial para baixar essa e mais 3 músicas do jogo), que toca na intro, nas batalhas finais e na tela de instalação (que, por sinal, é magnífica).

Conclusão: Yakuza 4 é um excelente título, e na minha opinião uma ótima razão para se ter um PS3, mas se você já jogou algum Yakuza anterior, pode achar a experiência meio parecida demais. Yakuza 4 tem pra lá de 30 horas de conteúdo, tranquilamente, e vale o dinheiro envolvido, tanto pela história quanto pelo gameplay. Recomendado.

Akiyama, Saejima, Kiryu e Tanimura. Badass bunch.


PONTUAÇÃO:

Gráficos: 9
Som: 8
História: 9
Gameplay: 8
Fator Replay: 10
Dificuldade: 5
Inimigos Retardados: 100

NOTA: 9/10

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